ORDEM 1ª DE SÃO CIPRIANO PROTETOR

Somos uma Ordem Fraternal, Filosófica e Social, com o objetivo de compartilhar novos conhecimentos sobre a "arte", composta por homens e mulheres que congregam ideias construtivas, como a fraternidade, igualdade e liberdade.

terça-feira, 15 de setembro de 2015

Instrumentos da Magia (5)


Na Tradição Ocidental, o glifo ou símbolo composto, base de todo seu ensinamento místico, é o diagrama conhecido como A Árvore da Vida, e este glifo é descrito como o “mais poderoso e abrangente do universo e da alma humana”.
É sobre a Árvore da Vida que todos os elaborados detalhes da Magia Cerimonial do Ocidente estão baseados.
Se, por exemplo, o mago está tentando uma operação de Júpiter, ele usará as propriedades que estão associadas a Júpiter, na Árvore da Vida.
Por exemplo, ele deverá usar uma túnica azul-clara, queimará incenso de cedro, acenderá quatro velas, e usará o nome hebreu da Esfera de Júpiter.
Notem que o mago está usando o princípio da “associação de idéias”, mas é necessário destacar que tais associações dependem primeiramente do vínculo mental entre os vários detalhes e a idéia central.
Esse vínculo pode ser criado voluntária ou involuntariamente.
No primeiro caso, isso é feito associando-se as idéias de forma consciente e deliberada;
no segundo caso, a associação é imediata e subconsciente.
Fazer um nó num lenço serve como um lembrete de que se tem que comprar alguma coisa em particular; esse é um exemplo da primeira categoria, enquanto a associação entre, digamos, salsichas e aviões é um exemplo natural da segunda.
Tais associações involuntárias freqüentemente parecem ser mais poderosas do que as criadas deliberadamente, pois elas representam as operações diretas da mente subconsciente.
Mas os vínculos de associações deliberadas podem ser igualmente poderosos se forem corretamente construídos, e esse treinamento da imaginação pictórica que é a base da prática mágica.
Por intermédio desse treinamento deliberado torna-se possível ligar certas imagens pictóricas ou sensoriais com suas emoções correspondentes, e a associação dirigida faz com que a resposta emocional apropriada surja sempre que as imagens sensoriais são recebidas.
Tudo isso, no entanto, ainda está na superfície da consciência.
Se quisermos que a nossa esteira de associações funcione com o poder da evocação mágica, então precisamos usar alguns apetrechos para com eles imprimi-la em níveis mais profundos da mente subconsciente, onde ela será capaz de produzir resultados definidos.
Para esse fim, alguns apetrechos auto-hipnóticos podem ser empregados, como por exemplo o rosário ou até mesmo a repetição silenciosa do próprio ritual.
O rosário, é claro, comumente associado à Igreja Católica, mas os muçulmanos e os budistas usam-no como instrumento de concentração.
Outro apetrecho técnico auto-hipnótico é o que é conhecido como “luzes faiscantes”.
Porém, antes que a evocação do subconsciente possa ser realizada de forma segura, é necessário que se faça algum trabalho nas bases do caráter, e isso será discutido nos próximos posts.

Instrumentos da Magia (4)


A “Tradição Ocidental”, para lhe dar o seu nome técnico, é uma estrutura composta que engloba as técnicas de magia de todos os povos do Mediterrâneo, por um lado, e os sistemas mágicos dos povos celtas e nórdicos, por outro.
O homem leigo, se dá-se ao trabalho de discutir sobre magia, normalmente emite uma ideia preconceituosa, baseada nos fragmentos da prática mágica medieval.
Tais fragmentos, originários dos Grimórios mágicos, fornecem um quadro muito imperfeito do que a Magia do Ocidente realmente é, mas são normalmente usados pelos nossos críticos como prova de quanto são tolos e supersticiosos os praticantes da magia.
Contudo, a mesma linha argumentativa poderia ser seguida por qualquer crítico, digamos, a respeito da Igreja Romana, e, de fato, a própria expressão Hocus Pocus , que é geralmente dirigida contra a prática da magia, é a distorção protestante da parte mais solene da Eucaristia Cristã – Hoc Est Enim Corpus Meum – Este é o meu corpo.
Foi por certos abusos e superstições que essa locução passou a ser usada contra o padre católico romano como contra o mago.
Contudo, o critério mais equilibrado e verdadeiro é considerar o melhor, e não o pior, em qualquer instituição humana.
Eqüidistante de qualquer afirmação feita pela Igreja Católica sobre ela ser um corpo sobrenaturalmente organizado, ou pelos adeptos da magia de serem detentores de uma sabedoria que tem sido transmitida desde “tempos imemoriais”, é evidente que suas respectivas organizações são compostas por seres humanos falíveis, cujas falhas e imperfeições irão inevitavelmente afetar a apresentação de suas crenças e doutrinas.
A Tradição Ocidental afirma ser ela própria herdeira de um corpo de conhecimentos e práticas, que vêm sendo transmitidos desde a mais remota Antiguidade, e que a filosofia central em torno da qual ela se organiza é o corpo místico do ensinamento hebreu, conhecido como Cabala.
Essa palavra em si conduz a idéia de segredo, uma vez que ela significa transmissão do conhecimento oral, “de boca a ouvido”, e, sem dúvida, essa tradição oral antecedeu de muito a compilação e edição de obras, tais como o Sepher Yetzirah, um dos pilares da Cabala.
Em todos os sistemas de treinamento mágico ou místico, sempre vamos encontrar ao lado de certos ensinamentos filosóficos, um símbolo ou um grupo de símbolos, com significação especial para os seguidores do sistema.
Tais símbolos são conhecidos no Oriente como “mandalas”, e alguns são extremamente complicados.

Instrumentos da Magia (3)


No sistema mágico, contudo, as imagens que saltam na mente, procedentes dos vários sentidos, são usadas como “sugestões” para a mente consciente, a qual, devido a condição particularmente sensitiva, foi induzida a seguir a linha sobre a qual está se concentrando.
Isso é uma forma de jiu-jitsu psíquico, no qual o verdadeiro poder das impressões dos sentidos é utilizado para tornar a mente consciente imune a essas distrações (dos sentidos).
Antes, contudo, que tais imagens possam produzir esses efeitos, duas coisas devem ser feitas.
Primeiro, a mente tem que ser “condicionada” à imagem. Consciente e persistentemente, a imagem têm que ser conservada na mente e associada a emoção relacionada à mesma, até que, com a imagem mantida, automaticamente a emoção jorre no nível subconsciente.
Segundo, tanto pelo próprio desempenho do ritual como por algumas formas de auto-hipnose, o limiar da consciência deve ser diminuído, para que o nível subconsciente possa emergir dentro da consciência e se tornar disponível para o poder sugestivo da ideia escolhida.
Assim como todos os instrumentos mágicos – a espada, a baqueta, a taça, o pentáculo, os círculos, os triângulos e senhas, as velas, as vestimentas, o incenso, as palavras sonoras de invocação e os nomes “bárbaros” evocação -, tudo trabalha por um processo sugestivo cumulativo sobre a mente subconsciente.
Essas sugestões cumulativas resultam no que pode ser chamado numa mudança da “marcha” menta, e ,por conseguinte, retornamos à nossa definição anterior de magia como “a arte de causar mudança na consciência pela vontade”.
Os níveis de consciência alcançados vão depender dos símbolos usados, e também da quantidade de associações conscientes de idéias que os estudantes tracem.
A magia, longe de ser uma superstição irracional, está baseada, como será observado, em profundas leis psicológicas e possui sua própria técnica especial.
Não estamos aqui comprometidos com o sistema oriental de magia, nos baseamos na teoria e prática das escolas ocidentais.

Instrumentos da Magia (2)


A mente subconsciente é mais velhas, em termos de desenvolvimento evolutivo, do que a mente a consciente e retém um traço de seu passado imemorial que, como já dissemos, se processa por imagens e não por palavras.
Cada um dos cinco sentido físicos envia para o cérebro uma série de imagens visuais, tácteis, auditivas, olfativas, gustativas, essas imagens são relacionadas na mente subconsciente com as suas emoções correspondentes.
Se, entretanto, alguém introduz imagens cuidadosamente selecionadas na mente subconsciente, pode, então, evocar uma emoção correspondente.
Uma vez que as emoções são aspectos subjetivos da energia instintiva que jorra dos níveis mais profundos da mente, fica claro que, pelo uso correto de tal evocação consciente, o “potencial” ou pressão da vida na personalidade pode ser imensamente intensificado.
Podemos ver isso em sua forma pervertida na força descomunal mostrada por alguns lunáticos em seus momentos de insanidade ou, novamente, em sua forma mais elevada e admirável, na maneira como nos erguemos diante do perigo repentino e realizamos façanhas que seriam impossíveis em condições normais.
O fenômeno do hipnotismo nos mostra a mesma coisa, dentro de condições em que podemos estudar à vontade.
No hipnotismo descobrimos que, uma vez que a fronteira ou “limiar” foi ultrapassado e os níveis do subconsciente autorizados a aflorar, qualquer imagem introduzida nesse momento terá efeito direto sobre o dinamismo da personalidade.
Em muitas escolas de pensamento místico e oculto, baseadas em fontes orientais, grande ênfase é dada à importância da meditação, e os sistemas de ioga do Oriente são utilizados como métodos de treinamento. Porém, quaisquer que sejam as vantagens da ioga, constatou-se que as desvantagens da aplicação da ioga do Oriente em corpos ocidentais são consideráveis, e por essa razão, se o mago ocidental usa a técnica iogue, ele emprega um sistema modificado, adaptado para o uso ocidental.
Dentro dos métodos puramente mentais de meditação, há a insistência no controle e na inibição dos sentidos corporais – diz-se que isso se faz necessário para calar pensamentos indesejados, manter a mente fixada de maneira irremovível sobre um único pensamento e recusar a permissão de qualquer estímulo sensorial distraia o praticante do objeto de pensamento escolhido.

Instrumentos da Magia (1)


É natural que os instrumentos da arte mágica costumem excitar a imaginação dos estudantes, e é justamente nessa palavra “imaginação” que se encontra a chave para o uso dos vários “aparatos” empregados pelo mago.
Nesse negócio de “causar mudanças na consciência pelo poder da vontade”, o uso correto da imaginação é de importância elementar.
Vamos, então, abordar essa faculdade da imaginação
Ela pode ser definida como o poder da mente em formar imagens mentais.
Partindo dessa definição, veremos que as atribuições consagradas por seu uso, pelo chamado “homem prático”, são muito mais amplas do que se pensa, pois qualquer coisa a ser construída no nível prático precisa antes ser construída como ilustração imaginativa.
O que o “homem prático” acha, obviamente, é que qualquer esforço imaginativo que não desague imediatamente em ganho material constitui-se em desperdício de tempo e esforço.
Novamente, tal ideia está longe de ser verdadeira, pois muitas “imaginações”, que nunca trouxeram ganhos imediatos, abriram canais por onde tais concretizações pudessem ocorrer e também resultaram em realizações políticas e sociais duradouras.
É evidente, portanto, que o “homem prático” está longe de ser a melhor autoridade. O que os psicólogos têm para dizer? Eles lidam com a mente em seu trabalho quotidiano e podem ser capazes de nos dar o quadro mais verdadeiro.
Vamos retornar por um momento à nossa consideração sobre a personalidade humana.
Nós a dividimos em três níveis – consciente, subconsciente e superconsciente – e sugerimos que os dois últimos são de maior importância em relação à mente consciente e vígil.
Contudo, a mente consciente é parte com a qual estamos trabalhando e evoluindo neste planeta e por essa razão ela tem que ser a autoridade dirigente em qualquer processo de trabalho mágico e mental.
Concedendo-lhe tal autoridade, precisamos também definir os limites dessa autoridade. Ela pode e deve dirigir, mas o trabalho tem que ser verdadeiramente feito no nível subconsciente.

domingo, 13 de setembro de 2015

A Personalidade Humana e a Magia (7)


Desviando o olhar das moradas celestiais, o mago se vê em Malkuth, o Reino da Terra, e percebe que essa existência imperfeita, frustrante no corpo físico, é imperfeita porque, embora conheça via intelecto a realidade por trás das aparências, ele ainda não foi capaz de perceber essa realidade no plano físico.
“Não sabeis que vós sois deuses”, diz a escritura cristã, e um poeta moderno cantou: “Saiba disso, oh, homem, a raiz úncia da falha em vós é não reconhecer a vossa própria divindade”.
Na entrada do Templo do Oráculo de Delphos na antiguidade estava gravada a seguinte inscrição: “Gnothi Se Auton” – Conhece-te a ti mesmo!
A percepção da verdadeira natureza do eu é a meta do verdadeiro mago. Seguindo esse princípio e mirando seu interior, o mago contempla um mundo decaído.
Ele vê que o plano primordial sobre qual o homem foi formado lá está, brilhando por todo o universo como a suprema harmonia e beleza e, através dessa luz, ele vê o ideal no qual o seu verdadeiro eu está fundamentado e pelo qual é sustentado.
Então, olhando para o exterior, ele vê em sua própria natureza e na natureza de tudo que o cerca as provas da queda e o potencial da perfeição. Mas em meio a essa queda ele vê as provas do retorno e, mediante o sofrimento de miríades de vidas, percebe que o caminho da salvação é o caminho do sacrifício.
Assim ele formula o velho axioma hermético Solve et Coagula que pode ser reconstituído como “Dissolve e reforma”, ele usa os ritos da Alta Magia para efetuar a dissolução e a reformulação.
Mas o que é dissolvido, e o que é reconstituído?
Não a eterna centelha que “alumia o todo homem” – ao contrário, é o ego pessoal que, por tanto tempo, vem sendo visto por ele como seu único e real ser; essa personalidade à qual ele tenazmente se agarrou e defendeu, mirou e serviu; não passa de sua persona essa máscara que encobre o homem real, que tem que ser dissolvida e reformada.
Mas como aquilo que é imperfeito pode produzir a perfeição?
“A natureza desassistida fracassa”, diziam os antigos alquimistas, e nas escrituras lemos “Somente o Senhor edifica a casa, o trabalhador trabalha em vão”.
Assim, o mago, com toda humildade, procura o conhecimento e a conversação com o seu Sagrado Anjo Guardião – aquele verdadeiro eu, do qual a personalidade terrena é apenas uma máscara.
Esse é o objetivo supremo do mago.
Tudo mais, trabalhos e encantamentos, rituais e círculos, espadas, baquetas e fumigações, tudo não passa de meios pelos quais ele chegará com triunfo ao final.
Então, tendo-se unido a esse verdadeiro eu – mesmo por um tempo breve -, ele é instruído por esse governante interior na Alta Magia que um dia elevará a sua humanidade à sua divindade e então realizará aquilo que os mistérios verdadeiros vêm sempre declarando o objetivo verdadeiro do homem – a deificação.

A Personalidade Humana e a Magia (6)


Deixando de lado toda a multidão de detalhes que rodeiam o assunto, focaremos à consideração da teoria mágica do homem e do universo.
A tradição da magia afirma que o universo é uno e que nenhuma parte desse universo está in esse separada da outra.
Como diz o poeta, “tudo não passa de parte de um Todo estupendo”.
Tudo que existe no universo é, portanto, a expressão da unidade que subsiste por meio de todas as coisas. Isso pode ser condenado como mero “panteísmo”, mas, na realidade, não é assim, pois por trás da unidade subjacente que expressa a si mesma no universo real, existe aquilo de que a alma universal, o conjunto da vida e da forma não passa de expressão. “Tendo criado o Universo com um Fragmento de Mim mesmo, Eu permaneço”, diz a deidade na escritura Hindu, o Bhagavad Gita. Um deus imanente e também transcendente é o deus do mago.
O uno transcendental, de acordo com os ensinamentos mágicos, está refletido nas águas do caos e da noite antiga, e essa reflexão do supremo, conhecida como Adam Kadmon, traz a ordem ao caos.
Como descreve um ritual de magia: “No começo havia o Caos e as Trevas e os portais da Terra da Noite. E o Caos clamou pela unidade. Então, ergueu-se o eterno. Diante do brilho desse Semblante, as Trevas recuaram e as Sombras fugiram.”
Essa reflexão profunda, o Adam Kadmon ou o Grande Homem da Cabala, é o Logos “por quem todas as coisas foram feitas”,o brilho de sua glória e a imagem expressa da sua pessoa.
Entretanto, nada nesse universo que não seja parte integral do Logos.
Todas as coisas subsistem nessa unidade subjacente, como afirma o poeta grego citado por São Paulo “... pois nós também somos Seus rebentos”.
A alma humana é parte de um universo maior e é ela própria uma réplica desse universo.
Na magia, costuma-se dizer que o homem é o microcosmo dentro do macrocosmo, o pequeno universo dentro do universo maior.
Para o mago, não existe algo que se pareça com a chamada “matéria morta” no sentido vitoriano. Na verdade, porque sua visão é devido ao fato de já subsistir como parte da vida eterna, é que qualquer coisa material pode existir no tempo e no espaço.
O que vemos “aqui embaixo” como um pedaço inerte de metal é, para o mago, a aparência material de inumeráveis centros de energia saindo dos mundos invisíveis para o centro vivo de tudo.
“O Espírito do Senhor preenche a Terra”, e para o verdadeiro mago nada é vulgar ou sujo, tudo serve a um propósito e é expressão da vida do Eterno.
Isso é declarado no ritual pelo adepto iniciado, que proclama: “Não existe parte de mim que não seja dos Deuses.”
“Os Deuses”. Será que os magos acreditam em muitos deuses? Sim, mas a visão que têm de sua natureza não é bem aquilo que se poderia esperar deles. Eles encontram no universo invisível um campo de poder no qual inúmeras forças interagem, cada qual sendo um aspecto do Supremo.
E, nessas energias cintilantes e dançantes, eles vêem a unidade de uma vida, filhos de Deus, que evoluíram em universos precedentes e que, agindo como canais perfeitos para o supremo poder, são como lentes vivas através das quais o poder é emanado para baixo.
Eles são os Dyans Chohans das escrituras orientais, os Ministros, Chamas do Fogo da Bíblia; e aquele raio de Seu ser essencial que flui da Unidade e é refocalizado no tempo e no espaço é a “substância” no sentido teológico da qual se compõe o universal “real”, no qual as qualidades secundárias daquilo que chamamos de matéria se manifestam – criando os “acidentes” da teologia.
Dessa maneira, na filosofia da magia, não existe tal coisa como “matéria morta” per se. Toda a matéria, toda manifestação não passa de expressão de toda vida que tudo permeia – na verdade, é esta vida em uma de suas inumeráveis formas de existência.
Acreditando, assim, na estrutura viva do universo, o mago conclui que, assim como o poder da unidade se manifesta por intermédio de Seus Ministros, também nos planos mais densos e mais inferiores de sua auto-expressão, inúmeras hostes de inteligências menores implementam Seus planos – “Anjos e Arcanjos, Tronos, Dominações, Principados, Virtudes, Poderes; Querubins e Serafins , Ashin e todas as Hostes Celestiais imemoriais” -, cada uma no seu nível.
O mago, vendo como o Supremo “constitui os serviços dos anjos e dos homens em ordem perfeita”, não se vê como um estranho no universo nem mesmo como um ser apartado dele, mas como parte dessa diversidade viva na unidade, e diz o velho iniciado grego: “Eu sou a criança da Terra, mas minha raça veio das Estrelas dos Céus.”

A Personalidade Humana e a Magia (5)


Podemos resumir tudo o que foi dito neste 4 posts anteriores, dizendo que a melhor escola de psicologia moderna estabelece a existência de quatro níveis mentais, a saber:
(A) a mente consciente desperta 
(B) o subconsciente pessoal
(C) o subconsciente coletivo
(D) a supraconsciência*
*Esse termo, na verdade, foi abandonado pela psicologia atual e recuperado por uma escola bem moderna surgida nos EUA com o nome de “mente transpessoal”, que também dá nome a esta linha – a “Psicologia Transpessoal”.
Todos esses são aspectos da mente, mas desses, só estamos conscientes de um, a mente em seu estado vígil. Embora todo o restante constantemente nos afete, com freqüência descobrimos que as correntes misteriosas e ocultas do eu profundo nos impelem por caminhos que conscientemente não escolhemos.
Ter capacidade de se tornar consciente do jogo das correntes ocultas e dirigi-las na tarefa de conduzir a vida pelos caminhos da sabedoria e da paz é o desejo ardente de qualquer mago ao olhar para as profundezas de seu ser; e, ao vislumbrar a centelha da luz eterna que é o seu verdadeiro centro, ele exclama em nome e pelo nome da centelha: “Eu a onipotência ao meu comando e a eternidade à minha disposição!”

A Personalidade Humana e a Magia (4)


A pesquisa psicanalítica moderna aponta na direção da existência, o inconsciente ou subconsciente, de certos níveis ou camadas de desenvolvimento, e a mais profunda dessas camadas liga o indivíduo não apenas à mente de seus vizinhos imediatos, mas, sucessivamente, ao processo mental de toda a humanidade abaixo de certo nível e, abaixo disso, novamente com a consciência do reino animal e vegetal. Isso leva a crer que, assim como nossos corpos têm dentro da sua própria estrutura as marcas de seu desenvolvimento evolutivo oriundo dos reinos mais inferiores da natureza, nossa mente mostra linha similar de evolução.
Existe o que é denominado “subconsciente pessoal”, que consiste de idéias, emoções e memórias, algumas das quais foram empurradas para baixo do limiar, porque nos recusamos a reconhecer até para nós mesmos que seríamos capazes de tais pensamentos.
Esses grupos de pensamentos carregados com energia emocional são conhecidos como “complexos” ou “constelações”, e onde eles tiveram seu reconhecimento recusado tendem a se desgarrar da unidade geral e tornar-se semi-independentes.
Diz-se então que se tornaram “dissociados”, e são esses complexos dissociados, juntamente com toda gama de experiências esquecidas, memórias e emoções que se configuram no “subconsciente pessoal”.
Ao nos aprofundarmos ainda mais, vamos nos deparar com aquelas emoções e pensamentos, aquelas imagens primordiais que compartilhamos com toda a humanidade, não somente com a humanidade atual, mas também com a humanidade passada. Esse “inconsciente coletivo” é e foi background condicionador da nossa mente subconsciente, e
as imagens e memórias sepultadas em suas profundezas exercem influência sobre nossas vidas que, embora desconhecida para nosso eu vígil, é extremamente poderosa.
Sabe-se que o inconsciente, pessoal ou coletivo, trabalha por meio de figuras ou imagens, pois a palavra é um desenvolvimento comparativamente recente.
Assim sendo, diz Jung:
“Quem fala por imagens primordiais, fala com mil línguas: agarra e sobrepuja, e, ao mesmo tempo, eleva o que tira do individual e do transitório pessoal à esfera do eterno, exalta o quinhão pessoal à dimensão do homem e, assim, libera em nós todas aquelas forças úteis que desde sempre vêm capacitando a humanidade a se auto-resgatar de qualquer desastre e a sobreviver à mais longa das noites.”
A magia, com suas origens no passado imemorial, faz exatamente isso, fala ao subconsciente do homem por meio de linguagens arcaicas de seus símbolos e rituais, e então produz “mudanças na consciência” que o mago tanto busca.
Assim foi também com o Senhor Jesus que: “Sem a parábola, não se dirigia a eles”.

A Personalidade Humana e a Magia (3)


Com o advento do Cristianismo e a violenta reação contra as velhas crenças, essas repressões dos instintos naturais tornaram-se intensificadas e gradualmente passaram a ser aceitas como parte da própria fé cristã, até que, no período vitoriano, alcançaram o ponto culminante.
A mente consciente, afirmando-se de acordo com um código de ética, era a mais elevada realização da evolução humana.
Mas isso resultou no aumento gradual do que é, em parte, a doença do mundo ocidental – a “psiconeurose”.
Existem, naturalmente, neuróticos em todas as raças, mas de longe o maior número deles se encontra nas civilizações ocidentais. Os poderosos instintos, ao serem obrigados a se voltar para si mesmos, tornaram-se deformados e pervertidos, e a energia que deveriam trazer para as elaborações da mente consciente, caso fossem adequadamente dirigidos ou “sublimados”, se perde no atrito interno, dando a sensação de frustração tão comum no Ocidente.
Essa repressão do poder dinâmico do indivíduo resultou no estabelecimento de forte linha de clivagem entre os níveis subconsciente e consciente da mente.
Mas é óbvio que será somente trazendo à mente consciente o poder dinâmico depositado abaixo do limiar que as atividades do homem poderão alcançar seu verdadeira nível. É justamente tal libertação do subconsciente que se constitui o objetivo da moderna psicoterapia, e é isso também que se almeja na magia moderna.
Isso não significa que os instintos primitivos possam ser libertados em sua forma mais grosseira, mas ao contrário, sua energia deveria ser canalizada e redirigida para outros canais. Deveria haver, contudo, similaridade natural entre a energia que está sendo redirecionada ou “sublimada” e o novo canal de expressão que lhe é oferecido.
Um exemplo disso é a recomendação freqüente dada a adolescentes perturbados por seus excessivos impulsos sexuais: “Façam esportes, ginástica, etc., e trabalhem”.
Algumas vezes o remédio dava certo - com mais freqüência fracassava, aparentemente aumentando o impulso que deveria diminuir. Isso acontecia porque o canal para a primeira tendência biológica havia sido usado para a força pertencente ao segundo impulso.
O esporte é uma maneira esplêndida de sublimação do instinto de auto-preservação, e as associações grupais que propicia também formam um bom canal para o instinto gregário, mas eles são inadequados para o instinto sexual, que é essencialmente individualista e criativo.
Hoje em dia, o conselho geral a esses sofredores é que se engajem em trabalhos criativos e busquem as artes para que possam criar, manufaturar, produzir nem que seja um banco rústico para seu jardim. Tais tarefas oferecem excelente fonte de sublimação.
Não se pode pensar que a totalidade da energia de tais instintos possa ou deva ser sublimada, mas essas energias básicas deveriam ser aproveitadas para o desenvolvimento contínuo do espírito do homem.
É aqui que o quarto instinto apontado por Jung surge, pois é a contraparte que vai atrair o desenvolvimento do homem na direção das grandes altitudes, e podemos, com vantagem, comparar esse quarto impulso com o que os ocultistas chamam de eu superconsciente ou eu superior, e o mago chama de anjo guardião.

A Personalidade Humana e a Magia (2)


Sobre essa nova concepção, uma nova psicologia começou a ser construída, e dois homens sobressaíram como pioneiros.
O primeiro foi Sigmund Freud, e o segundo, seu aluno C. G. Jung.
A psicologia freudiana é familiar para o público em geral devido sua insistência sobre
o elemento sexual na doença psicológica.
Jung discordou dessa versão radical e, gradativamente, criou o que é conhecido como a “Escola de Zurique”.
Do ponto de vista do mago, não resta a menor dúvida de que Jung está mais próximo dos fatos do que os freudianos, e são certos aspectos do seu sistema que destacarei resumidamente.
Está entendido que, por trás da vida manifestada de animais e homens, existe uma força impulsionadora que tem recebido muitos nomes.
Os psicólogos se referem a ela como libido ou, algumas vezes, como Id. Esse impulso básico se manifesta naquilo que é chamado instinto fundamental e, na classificação comum, ele costuma ser divido em três, a saber: instinto de auto-preservação ou vontade de viver; instinto sexual ou vontade de criar; e instinto de clã ou impulso social.
A esses três, Jung acrescenta um quarto instinto, que ele reivindica como prerrogativa unicamente do homem – o instinto de religiosidade.
Esse instinto é o contrabalanço dos três impulsos biológicos dos instintos primitivos e é, portanto, parte essencial da constituição do homem. Qualquer que seja o sistema psicológico adotado, se não tiver esse ponto essencial, falhará em cobrir plenamente o domínio da personalidade humana.
Embora, nos primórdios do homem, os três grandes instintos predominassem, mesmo lá o instinto religioso já estava atuando. À medida que a humanidade evoluía, a mente consciente gradualmente desenvolvia e começava a abrandar a intensidade de alguns impulsos instintivos, direcionando essas energias para novos canais.
Mas isso era feito de maneira ignorante e irregular, de forma que um atrito considerável ocorreu na mente do homem.

A Personalidade Humana e a Magia (1)


O problema da personalidade humana é um dos que permaneceu sem solução por muitos séculos no mundo ocidental. O pensamento oriental desenvolveu uma classificação da personalidade que esclarece muita coisa sobre os processos mentais do homem, mas a teologia dogmática do ocidente, até a época atual, vem limitando um desenvolvimento similar do pensamento ocidental sobre o assunto.
Entretanto, nestes últimos anos, muitos fatores sobre os quais a religião dogmática não tem controle vêm conspirando para desenvolver uma visão mais verdadeira da real natureza da personalidade do que até aqui tem sido tem sido mostrado.
A velha psicologia acadêmica lidava somente com a mente vígil, e seus métodos de pesquisa baseavam-se principalmente na introspecção da mente sobre si mesma. Mas muitos fatores que começaram a emergir apontaram para a possibilidade de a mente do homem ser maior do que se imaginava. O fenômeno observado do mesmerismo e do hipnotismo, a telepatia e as maravilhas psíquicas dos espiritualistas começaram a mostrar a necessidade de uma nova psicologia, fundada então sobre base mais ampla do que sua antecessora acadêmica.
F. W. H. Myers, em seu importante livro A Personalidade Humana, esboçou a teoria geral do que ele denominou “mente subliminar”. A ideia geral (que ainda permanece válida) era a de que o pensamento consciente fosse parte da mente que estava acima de um certo nível de consciência conhecido como limiar ou entrada.
Esse nível supra limiar ou acima do patamar de consciência não é, entretanto, o único nível de consciência. Abaixo dele existem outras camadas de consciência, e essas camadas são denominadas níveis subliminares ou, geralmente, o “subconsciente”.
Assim, a mente humana, de acordo com essa hipótese, é dual, tendo um nível consciente ou vígil e um subconsciente, que permanece abaixo do limiar.
Myers mostrou que todos os fenômenos que ele estava considerando podiam ser explicados com aceitação de que, sob certas condições e por meio de certos canais, o subconsciente podia entrar em erupção e emergir para a vida vígil. Ele mostrou também que esse nível subconsciente de pensamento era muito maior em extensão e potencialidade em relação ao nível consciente da personalidade.
O símile usualmente empregado é o do iceberg, cuja maior parcela esta oculta pelo oceano. Tal símile é excelente, uma vez que o comportamento dessas montanhas de gelo muito se aproxima do comportamento da própria mente.
Acontece freqüentemente de o iceberg, embora o vento possa estar soprando sobre uma de suas extremidades, se mover na direção contrária, uma vez que seu gigantesco corpo submerso sofre muito mais os efeitos das correntes marítimas bem abaixo da superfície. Assim se dá com a mente humana.

O Circulo Mágico...

O Circulo Mágico
O Círculo Mágico é usado por Magos e Bruxos de maneiras diferentes. Magos o utilizam para que mantenham entidades e espiritos do lado de fora, de forma a manter a segurança do mago. Já na Wicca é usado para manter a energia gerada durante um ritual ou feitiço dentro do círculo e para manter energias distintas do lado de fora, neste conceito o círculo não é usado para proteção mas para concentrar a energia gerada pelo Bruxo ou Coven.
A Wicca é uma religião diferente da grande maioria. Por seu caráter iniciático e sacerdotal, possibilita assim ao praticante uma conexão com o divino sem o intermédio de outrem, ou seja, sem o intermédio de Mestres ou "Papas". Também não possui templos sagrados, construídos com pedras pelas mãos do homem ou de qualquer outro material. Nosso grande templo sagrado seria o Universo, sendo nossa casa o Planeta Terra. Mas nossos deuses não se manifestam em qualquer espaço, para isso fazemos uso do Círculo Mágico.

A Magia Cerimonial - Definição


Definição
Segundo os ocultistas, Magia Cerimonial é a arte de invocar e controlar espíritos por meio da aplicação de certas fórmulas. Abrange vários sistemas mágicos e é constituída de Rito e Ritual.
O Rito abrange todos os elementos integrantes do cerimonial, bem como a parte gestual e a localização de cada objeto que tomará parte na operação.
O Ritual vem a ser a parte falada do cerimonial, onde se incluem todas as invocações, evocações, conjuros, preces e orações proferidas pelo mago e/ou magista.
Na Magia Cerimonial, as hierarquias de “Poder”, têm que estar bem definidas, orquestradas, paramentadas, documentadas e praticadas. Os materiais ritualísticos atuam, mas só tem validade se corresponderem ao estado íntimo adquirido. Assim, cada instrumento exterior (seja o bastão, a espada, o Tetragramaton, o Pentagrama e outros) torna-se um meio de catalização da força íntima desencadeada.
É na Magia Cerimonial que o mago opera com o Círculo Mágico, um grande Pantáculo em que são reunidas as forças que entrarão em sintonia durante a operação. Dentro do Círculo Mágico estarão todos os elementos pertinentes à operação em questão, todos os seres luminosos afins que, canalizados e catalisados pela força do mago, garantirão a eficácia do trabalho.

São Cipriano e suas Orações

São Cipriano dedicou muitos manuscritos a orações para diversos fins.

Seu estilo de reza era único, feita quase sem respirar como se estivesse dando ordens e repreendendo alguém, por este motivo seu estilo ficou conhecido como Reza Brava.
Cipriano orava com tanta energia que por muitas vezes terminava exausto suas execuções.
Esta oração é bem interessante e tem uma forma diferente de ser pronunciada...
Para se saber se a moléstia é natural ou sobrenatural, deve-se dizer esta oração em latim, para que sem entender o que é dito o enfermo não interfira no resultado:
"Praecipitur in Nomine Jesus, ut desinat nocere aegroto, statim cesse delirium, et illuo ordinate discurrat. Si cadat, ut mortuus, et sine mora surget ad praeceptu.
Exortistae factu in Nomine Jesus.
Si in pondere assicitur, ut a multis himinibus elevaret non aliqua parte corporis si dolor, vel tumor, et ad signo Crucis, vel imposito praecepto in nomine Jesus cessat.
Si side causa velit sibi morte inserre, se praecipite dure. Quando imaginationi, se praesentat res inhonestae contra Imagines Christi, et Sanctorum, et si eorem tempore sentiant in capit, ut plumbum, ut aguam frigidam, vel ferrumignitem, et hoc fugit ad signum Crucis vel incovato Nomine Jesu.
Quando Sacramenta, Reliquias, et res sacros edit ; quando nulla praecedente tribulation, desperat, se dilacerat.
Quando subito patenti lumen aufertur, et subito restitutur ; quando diurno tempora nihil vidit, et nocturno bene vidit et sine fuce lugit epistolam: si subito siat surdus, te postae bene audiat, non solun materialia, sed spiritualia.
Si per septem, vel novem dies mihil, vel parum comelens fortis est, et pinguis, sicut antea. Si loquitur de Mysteris ultra suas capacitatem, quando nun custat de illius sanctitite.
Quando ventus vehemens discurrit per totum corpus ad mudum formicarum; quando elevatur corpus contra volutatem patientes, et non apparet a quo leventur.
Clamores, scissio vestium, arrota-tines dentium, quando potiens non est stultus : vel quando honro natura debilis non potest teneri a multis.
Quando haber liguem tumidam, et ni gram, quando audiuntur rugitus leonum, balatus ovium, latra tus canun, porco-rum grumitus, et similium. Si vairepraeter naturam vident, et audiunt, si homines maximo odio perseuntur ; si praecipitis se exponunt, se oculos horribiles habent, remanent, sensibus destituti.
Quando corpu talibenedicti, quando ab Aeclesia fugit, et aguam benedictan non consentit: quando iratos se ostendune contra Ministros superdonentes Relíquias capiti (eti occulte).
Quando Imagines Cristi, et virginis Mariae nolunt inspicere sed conspuunt, quando verba sacra nolun, profere, vel si proferant, illa corrumpunt, et balbat cienter student prefere.
Cum superposita capiti manu sacra ad lactionem Evangeliorum conturbatum aegrotus, cum plusquam solitum palpitaverit, sensus occupantum, gattaes sudoris destuunt, anxietates senta; 
stridores usque xxx ad Caelum mittit, sed posernit, vel similia facit.

Amém”.

sábado, 12 de setembro de 2015

A Magia Cerimonial...

"A Magia Cerimonial"

A magia remonta aos primórdios da vida do homem neste planeta.
Todos os sistemas religiosos, com exceção possivelmente de algumas seitas protestantes e do budismo meridional, fizeram durante um certo período, uso da magia cerimonial.
Se as autoridades no assunto forem cuidadosamente estudadas, observaremos que, falando de maneira geral, cada religião assimila o melhor da religião antecedente, e o resto é deixado para a ralé ignorante e para aqueles sacerdotes da velha religião que não se conformam com o novo.
À medida que a nova religião se organiza, ela começa a perseguir os remanescentes da antiga, e esses remanescentes são empurradas para o submundo.
Essa situação aflorou quando o Cristianismo emergiu de sua infância e se tornou a religião dominante do Ocidente. A velha religião desintegrou-se, e a Igreja Católica absorveu muito de sua filosofia e de seu ritual, impregnando, gradualmente, todos os níveis da sociedade, até que os seguidores da velha fé fossem apenas seres rústicos, residentes em lugares distantes e isolados.
Esses rústicos ou pagani, não versados na filosofia de sua religião, transmitiram uma face deturpada da mesma. Eles nunca deixaram de ser perseguidos cruelmente, mas seu número era constantemente acrescido por muitas fontes, incluindo aqueles que se rebelaram contra as posições papais.
Quando, contudo, o impulso do Renascimento tornou possível quebrar o jugo de Roma, as mais piedosas Igrejas reformadas estavam tão intolerantes quanto Roma havia sido em sua perseguição às bruxas, feiticeiras e magos.
A história da Europa do século XI ao XVII constitui-se em leitura aterrorizante.
Com a emergência da “Idade da Razão”, a crença popular no poder maligno do mago começou a desaparecer.
Simultaneamente, nos círculos protestantes ao menos, a crença religiosa começou a se deteriorar em uma formalidade que tinha muito pouca força mobilizadora.
Esse nível de mediocridade na Inglaterra alcançou o apogeu na era vitoriana, quando a Física, pela boca de seus maiores expoentes, declarou “não existir lugar no universo para fantasmas”, e o presidente da Sociedade Real declarou: “Na matéria eu vejo o potencial e a promessa de toda a vida.”
Porém, com os crescentes conhecimentos acerca do universo que o desenvolvimento moderno da ciência trouxe, tais idéias tiveram que ser consideravelmente revistas, e físicos modernos como Eddington, Jeans ou Einstein, apresentaram uma idéia da natureza e um propósito do Universo que podem ser facilmente aceitos pelo mago. Levando-se em consideração a diferença de terminologia, os magos vêm falando a mesma coisa há séculos!
É, no entanto, com as modernas escolas de psicologia, mais particularmente a associada ao nome de C. G. Jung, que o mago encontra maior proximidade com o pensamento moderno.
Pelo balanço curioso do pêndulo moderno, percebido por Heráclito, chamado de enantiodromia*, o que foi subjugado e obrigado à clandestinidade começa agora a aflorar para desalento dos ortodoxos
*enantiodromia – de enatios, do grego, contrário, oposto. Seria a capacidade de certas forças, reprimidas por suas antagonistas, virem a substituí-las em movimento pendular.
Por exemplo, a condenação medieval ao culto do corpo sendo substituída por esse culto por meio da recuperação dos ideais estéticos do renascimento.
Mas, embora reprimida e perseguida ao longo dos tempos, a magia nunca deixou de existir no mundo ocidental.
A Igreja Romana adaptou habilidosamente muito da velha magia para seus próprios propósitos; nos bastidores, a magia tradicional corria para um dos rios clandestinos das terras altas, emergindo aqui e ali à luz do dia, para então desaparecer sob a superfície.
Uma dessas emergências foi a Ordem do Templo, cujos membros, os Cavaleiros Templários, foram aliviados de boa parte do ódio nutrido por eles pelos seus perseguidores; os albigenses na França foram outra; os Irmão da Dourada e Rosa Cruz, os Iluminados, os Magnetistas, os Teosofistas e numerosas outras ordens mágicas e fraternidades que surgiram na metade do século XIX estão também entre esses movimentos emergentes.
Desses, a mais famosa e a mais iluminada, do nosso ponto de vista, é a Ordem da Golden Dawn*. Fundada sobre supostas bases rosacruzes, ela conseguiu realizar uma síntese admirável de todas as ramificações oscilantes da magia; e, a despeito de muitas vicissitudes e divisões, ainda permanece fonte da Tradição Mágica Ocidental.
*Golden Dawn(Aurora Dourada) – ordem hermética fundada por mestres maçons na Inglaterra, que exercem grande influência sobre todo o desenvolvimento do Ocultismo no Ocidente, influência essa que perdura até hoje, ainda que de forma residual.
O que foi exposto já é suficiente para uma retrospectiva geral.
Agora, vamos às nossas definições.
O dicionário fornece uma definição popular de magia, “a arte de usar causas naturais para produzir resultados surpreendentes”, definição que cobre um campo bastante vasto!
Ela poderia ser aplicada a um selvagem diante do rádio, do telefone ou do avião, embora em tais casos ele concluísse tratar-se de causas sobrenaturais em ação!
Um mago moderno, que escreveu bastante sobre o assunto, definiu a magia como “a arte de provocar mudanças pela vontade”.
Novamente estamos diante de uma definição muito ampla – ela engloba a ação de trabalhadores tanto manuais quanto intelectuais que também, produzem mudanças com sua vontade.
Na opinião desse escritor, a melhor definição de magia é aquela dada por outro mago moderno, que a definiu como “a arte de causar mudanças na consciência pelo poder da vontade”.
Essa está de acordo com a teoria e a prática da magia, e podemos empregá-la com vantagem aqui, com devido reconhecimento à sua geradora, Dion Fortune, que foi, entre outras coisas, líder de uma bem organizada fraternidade iniciática.

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

As Curvas Anguladas...

Se as ondas retráteis podem formar desenhos geométricos e símbolos magníficos, o mesmo fazem as ondas curvas-anguladas.
A curva, se longa ou curta, altera a função da onda, o seu trabalho, a sua freqüência e a figura geométrica formada no seu entrelaçamento e o fator que transporta.
Antes de os gregos antigos criarem a geometria, a Magia Riscada já existia e era usada pelos magos iniciados nos seus símbolos e signos sagrados.

Classificando as Ondas...

Essas ondas retráteis são magníficas e cada vértice dos triângulos formados em seus retornos são pólos eletromagnéticos que projetam nas oito direções cardeais mágicas novas ondas análogas à "onda-mãe", criando uma "tela" toda triangulada, belíssima.
As ondas retráteis podem ser classificadas como simples ou duplas.
— Das simples, já vimos alguns exemplos.
— Das duplas ou entrecruzadas, nas imagens temos alguns exemplos:


Ondas Retráteis em Zig-Zag...

Então temos esses (e muitos outros) tipos de ondas retráteis ou em zig-zag.
Essas ondas retráteis são magníficas e cada vértice dos triângulos formados em seus retornos são pólos eletromagnéticos que projetam nas oito direções cardeais mágicas novas ondas análogas à "onda-mãe", criando uma "tela" toda triangulada, belíssima.

Ondas Retráteis ou Retornáveis...

A alteração de grau em uma mesma onda "retrátil" muda sua regência, sua função e o trabalho que realiza.
E mesmo a alteração de lado da retração (à esquerda ou à direita) da linha principal muda a função e o trabalho que uma onda realiza.

Ondas Retornáveis...

Também existem ondas "retornáveis" ou "retrateis"e que descrevem um "retorno" após fluírem por uma certa distância. Umas mantêm a mesma direção e outras mudam totalmente.
— Algumas são curtas, outras longas.
— Algumas são formadas por retração em ângulo de noventa, quarenta e cinco, trinta graus, etc.



Curvas Raiadas...

Mas também temos curvas raiadas e em zigue-zague...
Essas ondas, dependendo do ângulo de abertura, mudam sua regência, sua função e o trabalho que realizam.


terça-feira, 1 de setembro de 2015

Outros Tipos de Curvas...

As curvas podem ter diversos formatos...
Podem ser retas e atuam como um eco..



A Curva...


A curva: Na Magia, é uma das formas de a energia fluir através do espaço.
A "curvatura" de uma onda é fundamental e, dependendo da curva, muda o poder a ser evocado e o trabalho que ela realiza.
— Curvas suaves, abertas e longas são passivas e de baixa freqüência.
— Curvas acentuadas, fechadas e curtas são ativas e de alta freqüência.
— As irradiações curvas passivas realizam seu trabalho de forma imperceptível por quem está sendo alcançado por elas.
— As irradiações curvas ativas realizam seu trabalho de forma perceptível e sensível por quem está sendo alcançado por elas.

Os Polos Mágicos...

Os "Polos Mágicos"



Os pólos mágicos são esses:

— N — Norte — passivo — irradiante

— S — Sul — ativo — absorvedor
— L — Leste — misto — dupla-função
— O — Oeste — misto — dupla-função
— NE — Nordeste — passivo — irradiante
— SO — Sudoeste — ativo — absorvedor
— NO —Noroeste — passivo — irradiante
— SE — Sudeste — ativo — absorvedor

O Circulo Mágico...


Na circunferência ou círculo mágico há oito pólos cardeais mágicos e, por serem análogos aos da bússola, nós os descrevemos assim:
— Pólo mágico norte: — N — Pólo mágico irradiante; de magnetismo "passivo" ou que irradia ondas de baixa freqüência.
— Pólo mágico sul: — S — Pólo mágico absorvente; de magnetismo "ativo" ou que irradia ondas de altíssima freqüência.
— Pólo mágico leste:— L — Pólo mágico irradiante: de magnetismo misto (tanto absorve quanto irradia ondas de baixa, média e alta freqüência).
— Pólo mágico oeste: — O — Pólo mágico absorvente: de magnetismo misto (tanto absorve quanto irradia ondas de baixa, média e alta freqüência).
— Pólo mágico nordeste: — NE — Pólo mágico irradiante; de magnetismo passivo ou que se irradia em ondas de média freqüência.
— Pólo mágico sudoeste: — SO — Pólo mágico absorvente; de magnetismo ativo ou que irradia ondas de alta freqüência.
— Pólo mágico noroeste: — NO — Pólo mágico irradiante: de magnetismo passivo ou que irradia ondas de média freqüência.
— Pólo mágico sudeste: — SE — Pólo mágico absorvente; de magnetismo ativo ou que irradia ondas de alta freqüência.
Os pólos mágicos ou magnéticos existentes nos "espaços mágicos" (círculos, triângulos, pentágonos, etc), em verdade, simbolizam as posições dadas aos poderes e às forças inscritas, firmadas e evocadas pelo mago.
Uma mesma força e poder, se inscrita em um pólo mágico ou magnético passivo, atuará de uma forma, mas se for inscrita em um pólo mágico ou magnético ativo, atuará de outra forma, ainda que sua função permaneça a mesma, pois sua "qualidade" ou função não se inverte com a troca de pólo mágico.
Lembrem-se que nos espaços mágicos a única alteração que existe é a dos seus pólos mágicos, nunca a da qualidade ou função do poder que inscreverem, firmarem e evocarem.
"Os espaços mágicos" Podem ser utilizados por todos os "Magos" quer sejam eles das "Trevas" ou da "Luz", o que vai diferir são os resultados tanto para quem faz a magia quanto para quem a recebe.